Nosso/Nuestro Oscar Niemeyer

São Paulo SP, Brasil. Até 31 de janeiro de 2013.
Nosso Oscar Niemeyer
Cartunistas homenageiam Oscar Niemeyer
Biblioteca Latino-americana Victor Civita
Associação dos Cartunistas do Brasil
Biblioteca Latino Americana Victor Civita
Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 / 01156-001
Horário: 2ª a 6ª, das 9h às 18h, e sábados, 9h às 15h
(55 11) 3823-4600
Entrada Franca
http://www.bvmemorial.fapesp.br
http://www.memorial.org.br

 

 

A exposição “Nosso Oscar Niemeyer” permanece em cartaz até 31 de janeiro de 2013. Ela pode ser vista no saguão da Biblioteca Latino-americana Victor Civita, com entrada franca. São 105 caricaturas de artistas de todo o Brasil, em homenagem a cada ano de vida do mestre, que morreu faltando dez dias para seu aniversário.

A mostra foi organizada pela Associação dos Cartunistas do Brasil, sob a curadoria do artista gráfico José Alberto Lovreto, o JAL. O Memorial vai transformá-la em livro no início do próximo ano.

Cartunistas de todo o Brasil fizeram questão de homenagear Oscar Niemeyer. Seus desenhos de humor celebram a Caricatura de Alan Souto Maior partida de um dos nomes brasileiros mais importantes do século XX. Segundo JAL, “Niemeyer sempre mostrou que tudo começa no traço. Traço simples, gestual e solto no espaço”. De fato, no documentário “A vida é um sopro”, Niemeyer resgata reminiscências da infância, quando desenhava mentalmente e não mais esquecia o traço virtual.

A singela homenagem dos cartunistas brasileiros em pleno Memorial da América Latina demonstra o quanto sua poesia do gesto influenciou e influencia os desenhadores. “O ato de simples desenhar ganhou um “Oscar”. A realização do desenho em obra ganhou um Niemeyer”, arrisca dizer JAL.

Participam da exposição “Nosso Oscar Niemeyer” os seguintes artistas: Alan Souto Maior, Ale Santos, Alecrim, Alessandra Nogueira, Alpino, Amarildo Amorim, André Brown, Aroeira, Baptistão, Benjamim Cafalli, Bira Dantas, Biratan, Brum, Bruno Hamzagic, Claudio, Dálcio, Danilo Marques, De Pieri, Ed Carlos, Eder Santos, Edgar Vasques, Elihu, Evandro Rocha, Fabiano Carriero, Fernandes, Floreal, Fred, Fredson Silva, Gau Ferreira, Gepp, Glen Batoca, Gustavo Paiva, Erico, Hippert, Izidro, JAL, J.Bosco, Jean, Jorge Barreto, Jorge Trilho Inácio, Josú Barroso, Junior Lopes, Kaltoé, Lézio Jr, Liliana Ostrovsky, Lovato, Luciano Félix, Luiz Pinto, Manga, Marco Souza, Marconi, Mariano, Maringoni, Mauricio de Sousa, Mikio, Mônica Fuchshuber, Nei Lima, Nelson Santos, Olávo Tenório, Orlando, Ozon, Paffaro, Paulo Cavalcante, Rafael Camargo, Ray Costa, Santiago, Seri, Stegun, tako X, Trilho, Ulisses, Veloso, Veronezi, Waldez , William Medeiros, Bruno Honda, Cristina Carnelos, Dimaz Restivo, Evandro Alves, Flávio Teixeira, Izânio, Moacir Torres, Natália Forcat, Paulo Jr., Quinho, Thiago Bertoni, Toni D’agostinho, Ferreth, Iéio, Julinho Sertão, Manohead, Tonho, Rico, Danilo Escarpa, Dilmar Jr. e Jota.

 

Presidente do Memorial, João Batista de Andrade, escreve sobre Niemeyer (1907 – 2012)

Para alguém de minha geração, falar do arquiteto Oscar Niemeyer é tocar fundo em nossa emoção. Vivi minha adolescência nos anos 1950, sai do interior mineiro em busca de uma formação educacional e profissional melhor. Saltei primeiro para Uberaba, depois Belo Horizonte, até chegar a São Paulo em 1960. Cheguei exatamente no ano em que Brasília foi inaugurada e os nomes de Niemeyer e Lúcio Costa estavam na boca, no pensamento e na imaginação de todos. Afinal eles não tinham construído só uma cidade. Mas, “a cidade”, a capital de um novo Brasil que se buscava e pretendia pelo sonho de Juscelino Kubitschek. No fundo, compartilhávamos o mesmo sonho. Sonhávamos juntos, todos.

Aquele era um período de intensa movimentação da juventude brasileira nos grandes centros, ao lado de uma verdadeira revolução nas artes, na cultura brasileira num sentido mais amplo. Muitos valores nos moviam: o espírito crítico efervescente na União Nacional dos Estudantes (UNE), no Teatro Oficina, no Teatro de Arena, nas ideias transformistas de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri, no Cinema Novo de Glauber Rocha, no movimento musical da Bossa Nova… Mas, precedendo toda essa verdadeira agitação cultural, um fato nos marcou profundamente, como o valor simbólico maior de todos os nossos sonhos: a construção de Brasília, emoldurada na sensualidade arredondada e na crença no futuro saídas.
das mãos de uma mente brilhante – Oscar Niemeyer.

Ali estava estampada nossa crença num país que já não era mais do futuro, mas onde o futuro se construía com tamanho talento, urgência e promessas. Era ousadia demais construir a capital de uma nação tão grande, quase um continente, no meio do nada, com seus prédios e torres de desenhos que lembravam naves espaciais que víamos no cinema. Era a materialização da fantasia, da ficção científica. Para nós, que só pensávamos em formas de fazer do Brasil um lugar melhor, aquilo simbolizava a possibilidade ou a viabilidade de qualquer coisa.Tudo porque Niemeyer, em tão pouco tempo, soube cristalizar esse momento de transformações com sua fé nesse futuro que se tornava presente diante de todos nós.

Com aquela Brasília de Niemeyer, o Brasil exibia sua força cultural e sua importância em todo o mundo. Veio daí a consolidação do ideal de que éramos o país do futuro, embora prevalecesse a ideia de que não passávamos ainda de um gigante adormecido. Apesar de todos os problemas, de tantas injustiças, miséria – e em grande parte calçados na urgência de uma saída –, o que as obras de Niemeyer nos diziam é que era preciso acreditar na chegada do futuro. Nesse sentido, falava muito mais do que os conceitos em si que estavam por trás das suas ideias de como deveria ser uma arquitetura contemporânea. Hoje, meio século depois, a força de seus projetos concretizados fisicamente ainda revela essa certeza e nos aponta novos caminhos a seguir. Essa é a essência do seu legado, que consagra a importância dele para a arquitetura mundial.

Tudo isso justifica a presente edição especial de Nossa América como uma homenagem a esse grande brasileiro que marcou e marca a vida cultural de nosso país, onde deixou plantada a semente dos sonhos que sempre o moveram: a esperança num mundo melhor. Escolhidos a dedo pela importância de seus trabalhos acadêmicos ou de relevância profissional prática, doze nomes importantes da arquitetura nacional em atividade aceitaram o convite para realçar, nas páginas que seguem, por que Niemeyer é tão relevante para essa impressionante arte que é dar forma e conteúdo a monumentos, a paredes que cercam o mundo e o fazem refletir a imagem de um povo, de um país, de um tempo.

João Batista de Andrade,
Presidente da Fundação Memorial da América Latina.

 

Oscar Niemeyer

 

Nascido no Rio de Janeiro, em 1907, Oscar Niemeyer tem sido o arquiteto brasileiro que acumula o maior número de prêmios internacionais, bem como exibe um conjunto de obras realizadas no Brasil e no exterior que o coloca como um dos expoentes da arquitetura universal. Formado em 1934 pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, consolidou seu prestígio internacional com a construção de Brasília, em 1960, com seus prédios marcados pelo arrojo estrutural e inovadores da estética arquitetônica.
Realiza obras no mundo inteiro, das quais se destacam o Edifício-sede da Editora Mondadori, na Itália; o Centro Cultural do Havre e sede do Partido Comunista Francês, na França; Universidade de Constantine, em Argel; e os planos da Cidade de Neveg, em Israel; Plano de Urbanização do Algarve, em Portugal; Centro Cívico e Administrativo de Argel; Centro Residencial de Estudantes em Oxford, Inglaterra, a sede do Jornal “L’Humanité”, na França; o Panteão da Liberdade, na Praça dos Três Poderes, em Brasília; o projeto para a Embaixada Brasileira em Cuba, o Memorial da América Latina, em São Paulo.

 

Memorial da América Latina

 

Plantado em 84.480 m², no bairro da Barra Funda, o Memorial é um convite permanente às manifestações artísticas e científicas latino-americanas, um apelo para que elas façam do conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer a sua casa em São Paulo.

A idéia generosa de solidariedade e união latino-americana é tão antiga quanto as lutas no séc. XIX de Simón Bolívar, José Martí e San Martín por um continente livre e fraterno. A “Pátria Grande” vislumbrada por eles, porém, ficou esquecida no passado. Nos anos 80 do séc. XX, especialmente os brasileiros precisavam redescobrir a América. Os hispano-americanos também pareciam desconhecer a proximidade histórica, lingüística e cultural de seus vizinhos de língua portuguesa.

Era preciso lembrar quem somos a nós mesmos. Para isso foi inaugurado em 18 de março de 1989 o Memorial da América Latina, com o conceito e o projeto cultural desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro. Assim, o Memorial nasceu com a missão de estreitar as relações culturais, políticas, econômicas e sociais do Brasil com os demais países da América Latina.

Desde então ele vem cumprindo seu papel. O Memorial fomenta a pesquisa e divulga seus resultados. Apóia a expressão da identidade latino-americana e incentiva seu desenvolvimento criativo. Coordena iniciativas de instituições científicas, artísticas e educacionais do Brasil e de outros países ibero-americanos. E difunde a história dos povos latino-americanos às novas gerações de estudantes.

+ info http://www.memorial.org.br

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