Exigências do presente

São Paulo, Brasil. Até 4 de março 2012
Carmela Gross ·Jac Leirner ·Jorge Macchi ·Leda Catunda
Centro Universitário Maria Antonia – USP
Rua Maria Antonia, 258 e 294- Vila Buarque
01222 010 – São Paulo – SP / tel 11 3123 5201
http://mariantonia.locaweb.com.br

Esta seleção de trabalhos de Carmela Gross, Jac Leirner, Jorge Macchi e Leda Catunda dá sequência às atividades do simpósio Sobre historicidade e arte contemporânea, idealizado e organizado pelo Centro de Pesquisa em Arte Brasileira do Depto. de Artes Plásticas da ECA-USP, com a participação do Instituto de Cultura Contemporânea na sua realização. A exposição Exigências do presente, proposta pela coordenação de artes visuais do Centro Universitá­rio Maria Antonia, sucede em um ano o simpósio que alternou entrevistas com os artistas reunidos novamente nesta mostra, ocorridas na Biblioteca Municipal Mario de Andrade, e conferências de críticos, historiadores e teóricos da arte, brasileiros e estrangeiros, realizadas no Maria Antonia.(1)

As discussões concentraram-se na produção artística das últimas três décadas e em exames sobre as possíveis linhas de continuidade entre a arte contemporânea e a de gerações anteriores. Para isso, prevaleceu a interpretação de obras, a análise da trajetória de determinados artistas, em detrimento de avaliações genéricas sobre o período.

A exposição liga-se aos propósitos daquele simpósio, ao agrupar um pequeno conjunto de trabalhos dos quatro artistas, para uma apresentação sintética – pontual mas complexa, pelas possibilidades de interrelação – de momentos diversos dessas produções, com peças da década de 1980 até hoje – algumas inéditas em São Paulo, ou pouco mostradas em contextos públi­ cos, e outras bastante representativas do curso de cada obra. As articulações sugeridas entre pensamentos, materiais e operações de Carmela, jac, Jorge e Leda também não pretendem a construção de um discurso que se sobreponha à singularidade dos trabalhos.

Agora, o que surge aqui por convergências na repetição e seriação de formas, na acumulação e organização de objetos recolhidos da vida prática, na reabilitação de padrões e clichês a um estado de potência, no rigor intelectual dos procedimentos, em suma, talvez contribua para mensurar o tamanho das exigências do presente: quando a rubrica «arte contemporânea», apesar da multiplicidade de coisas que abarca, circula como um campo cada vez mais especializado (do mercado e do conhecimento), movido por um número crescente de agentes, inclusive de público», ao mesmo tempo em que vê a sua capacidade de intervenção social reduzida a aspectos econômicos e espetaculares, diante dos quais as disciplinas e categorias teóricas dedicadas a descrevê-la parecem em colapso. Tempo de interrogar as obras, então, e de recuperar com elas a acepção investigativa da palavra «especulação».

José Augusto Ribeiro

 

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