ON_OFF – Experiências em Live Image

São Paulo SP, Brasil. Até 15 de julho 2012
8ª edição do ON_OFF – Experiências em Live Image
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, tel. 2168-1776
http://itaucultural.org.br

Programação Performances!

Programação  workshop!

 

O Itaú Cultural realiza até o dia 15 de julho a 8ª edição do ON_OFF – Experiências em Live Image, que leva ao seu palco performances de artistas que se utilizam da projeção e composição audiovisual em tempo real. Neste ano, a programação que tem curadoria do artista e pesquisador de cinema e videoarte Lucas Bambozzi, aposta no conceito de ruído para criar imagens, sons e processos de apresentação.
Como convidados da edição estão, entre outros, o coletivo europeu AntiVJ (que faz a performance de abertura do evento quarta, às 20 h); o mexicano Murcof, o paulista Caio Fazolin, o uruguaio Brian Mckern, e o grupo Cão, com Dora Longo Bahia.

 

SOM E IMAGEM EM BUSCA DE UM SENTIDO COMPLETO

As experiências com manipulação de imagens em movimento têm uma história que antecede muito o contexto atual. Mas foi o recente encontro com os aparatos digitais que permitiu ao vídeo e ao cinema o exercício MAIS RADICAL de possibilidades de reprodução, sampleagem, processamento e associações entre imagem e som. Passaram a fazer parte do campo das imagens os códigos e informações numéricas que podem adquirir incontáveis e NOVAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO. Tais confluências dos procedimentos digitais com os fenômenos que envolvem a cultura da música eletrônica mudaram de fato alguns paradigmas da imagem em movimento.

Esse encontro entre as tecnologias digitais e a cultura da música eletrônica tem cerca de 15 anos de existência no Brasil. Foi a partir desse contexto que surgiu a cena em torno do que passou a ser chamado de VJING, videoperformance e live act ou cinema ao vivo. É uma cena que já teve muitas fases. Houve momentos de euforia pela novidade, entendimento das linguagens envolvidas, conquista de espaços e definição de circuitos e campos de atuação.

Passados os tempos de afirmação de pioneirismos, já temos uma história mais ou menos bem contada. Por um lado, a prática se profissionalizou e clarearam-se as vertentes de atuação. Houve festas (muitas), lançamentos de compilações, fóruns, listas de discussão, websites, cursos e oficinas. Por outro lado, surgiram novos circuitos, ENTRECRUZANDO LINGUAGENS.

E, assim, nos referimos a um conjunto de experiências audiovisuais ou de espetáculos multimídia que têm sempre algo a ver com outras práticas. Se as definições são quase sempre antiquadas (tudo que se associa ao termo multimídia, por exemplo, tem algo de cafona), são as imprecisões das mesmas que tornam essa cena sempre carregada de possibilidades interessantes. Ou seja, aquilo que não é exatamente o VJing ou o cinema ao vivo é sempre mais inquietante do que o que se acomoda nesses termos.

Para o ON_OFF deste ano foram escolhidas algumas dessas propostas difíceis de ser situadas num campo de práticas mais precisas, seja em torno do audiovisual, seja das próprias práticas envolvidas pelas live images. Vale dizer que a maioria dos nomes que marcaram as cenas mais específicas e expandidas desses circuitos já passou pelo evento, em seus oito anos de existência. Não repetir nomes seria difícil. O recorte definido aponta exatamente para as regiões indefinidas. Próximas do conceito de ruído, tanto da imagem quanto do som, os projetos buscam na DISTORÇÃO, no ERRO ou nos glitches [falha de sistema] aquilo que permeia a comunicação e a torna imprecisa, mas que pode ser desejável no ambiente da música, do cinema e da arte.

Nessa linha, os ANTIVJS fazem uma performance criada com o mexicano MURCOF. Juntos, abrem a mostra com uma obra densa, permeada de ruídos eletrostáticos, mas, ao mesmo tempo, melódica, mínima e apoteótica, sugerindo uma linha que marca as demais apresentações. O encerramento fica a cargo de um projeto inédito criado para o ON_OFF pelo grupo CÃO, formado por conhecidos nomes tanto das artes visuais como da performance. O LIGALINGHA se apresenta pela primeira vez em São Paulo trazendo instrumentos desenhados pelos próprios integrantes do grupo e interações e improvisos utilizando interfaces digitais. CAIO FAZOLIN traz Equações, que mesmo valendo-se de padrões matemáticos precisos e simples, resulta em ruídos visuais e sonoros intensos. Já o uruguaio BRIAN MACKERN vem com uma nova versão de Temporal de Santa Rosa, baseada em interferências elétricas causadas por tempestades.

Do conjunto das apresentações, pode-se falar de uma proximidade entre ruído e sensorialidade, aliterando imagens e sons na essência do que pode ser o cinemático na forma de espetáculo – no que essa ideia ainda pode conter de interessante. Ao promover a relação entre planos sensoriais diferentes, elas se configuram como experiências sinestésicas, em possibilidades distintas de atravessamento dos sentidos.

Nas atrações do ON_OFF, o espaço é dado. A Sala Itaú Cultural, notadamente um teatro, se criou como estratégia para aproximar o cinema do público do teatro e da ópera. Potencializando as confluências, as apresentações se fazem também como forma de modular os sentidos estendida a muitos, coletivamente, em um único espaço.

Lucas Bambozzi

+ info http://itaucultural.org.br

con el apoyo de
aecid
En tu mail! Ingresa tu dirección de e-mail para recibir novedades, convocatorias y lo más destacado de hipermedula.org
×